JESUS, O DIVISOR DE ÁGUAS (Mt8)
Jesus foi um divisor de águas na vida desse endemoninhado Gadareno, e pode ser um divisor de águas em nossa vida.
1. Enquanto Jesus, o divisor de águas não chega, o mal prevalece.
Queridos, a única possibilidade de sairmos da influência do império das trevas, é sermos transportados para o reino do Filho do seu amor. A Bíblia diz que o mundo jaz no maligno, por isso é que toda perversidade, toda violência, toda injustiça, toda maldade, toda corrupção, que grassa no mundo conta com o patrocínio de Satanás.
Esse homem, era fruto de uma sociedade pagã, que adorava os deuses da religião greco-romana, e sacrificava porcos a esses deuses, num culto imoral. Foi nesse contexto que ele foi adoecendo espiritualmente falando. Lc 8:30, afirma que quando Jesus perguntou: qual é o seu nome? Ele não repondeu Pedro, Tiago, João. Ele respondeu: legião é o meu nome, porque somos muitos. Quem responde não é ele, mas as entidades malignas que habitavam nele, que dominavam o corpo dele, que controlavam a mente, a vontade e as emoções dele.
Assim também existe uma força maligna, em curso na história, destruindo vidas, arruinando famílias, desumanizando e escravizando as pessoas, roubando lhes toda dignidade, que não podem ser combatidas com armas carnais, mas armas espirituais poderosas em Deus para destruir fortalezas.
Essa pessoa andava nua, gritando dia e noite por entre os túmulos que era a sua morada, era ingerida por violência, impelida pelos demônios ao deserto, e vivia se ferindo com pedras. E por representar uma ameaça à sociedade e à família, ela fora excluída do convívio social e familiar, roubada em sua liberdade, quando precisou ser mantida presa por cadeias, mas sem sucesso, porque sob forças malignas, todas eram quebradas. Queridos, assim vive uma pessoa sob o domínio de Satanás, até que Jesus, o divisor de águas, chegue. Ele tem roubado tudo o que de mais precioso as pessoas possuem. Ele tem privado a muitos do convívio social e familiar. Tem afastado muitos da possibilidade desse viver digno e pacificado, ingerindo todo tipo de violência, bem como esquemas de autopunição, quando as pessoas vivem fazendo mal a si mesmas. E, em alguns casos a ingerência maligna é tão radical, que a pessoa, perde o perfeito juízo, como aconteceu com esse homem. Mas a despeito condição emocional, espiritual, social, que a pessoa vive, Jesus Cristo pode vir a ser um divisor de águas em sua vida.
2. Jesus pode ser um divisor de águas na vida de qualquer um, porque sua agenda é inclusiva.
Depois de um dia intenso de ministração na Galileia, Jesus decidiu navegar com seus discípulos para a outra margem do mar da Galileia. O que eles encontrariam na outra margem do mar da Galileia? A província de Gadara, uma sociedade pagã, um lugar deserto, íngreme, inóspito, sombrio e cheio de cavernas, e ao desembarcarem no sopé de um grande despenhadeiro, dão de cara com um cemitério, de onde esse homem endemoninhado, sai ao seu encontro. V28
Ao que tudo indica, essa era uma pessoa da qual todos já tinham desistido, era considerada uma causa perdida, um caso irrecuperável. É assim que acontece! As instituições governamentais podem ajudar e ajudam, mas há determinados momentos em que ela não pode mais ajudar. Ela não tem poder para resolver o problema do pecado, nem libertar as pessoas das garras de Satanás. Somente o evangelho tem poder para transformar a vida de pessoas nessas condições.
Acontece que nem sempre a agenda humana bate com a agenda de Deus, porque a agenda humana é excludente e a de Deus inclusiva.
Fato é que não gostamos de marcar presença onde graça a dor, o sofrimento, e as ingerências malignas. Nossa tendência é ficar na zona de conforto, do terreno conhecido e conquistado, assim sem muitos riscos, sem muitas demandas, sem muitos desafios, que possam exigir de nós um algo grau de misericórdia em favor do próximo e o exercício máximo de nossa autoridade contra o inimigo que o oprime.
Por isso, nossa agenda acaba sendo muito diferente da agenda de Deus. E, infelizmente, quando as pessoas mais precisam da nossa intercessão, ajuda, encorajamento e solidariedade, nós as evitamos, por medo, por insegurança, por não saber lidar com o problema, e as vezes por egoísmo mesmo.
O que esse texto nos traz de boa nova é que a província de Gadara, que estaria excluída da agenda humana, por representar problemas, sofrimento, perigo, opressão, não estaria excluída da agenda divina. Porque ainda que todos tivessem desistido dele, Jesus não tinha, por isso decidiu partir para essa terra, depois de enfrentar um dia exaustivo de trabalho e uma terrível tempestade, no caminho. Por que queridos? Porque Deus preza o que os homens desprezam. O que esse texto nos ensina é isso: todo mundo tem chance na agenda inclusiva de Deus.
3. Jesus é um divisor de águas, que relativiza o poder do inimigo sobre nós.
Jesus era a único e último recurso para esse endemoninhado Gadareno, em razão do seu poder e autoridade sobre o mundo das trevas. Os textos paralelos dão conta de que ao verem Jesus de longe gritavam: que temos nós contigo, Jesus, Filho de Deus? Vieste atormentar-nos antes do tempo. E mais que ao ver Jesus ele prostrou-se diante dele exclamando: Que tenho eu contigo Jesus, filho de Deus altíssimo. Peço que não me atormentes. Porque Jesus tinha ordenado que o espírito imundo saísse.