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JESUS NÃO TEM COMPROMISSO COM A RELIGIÃO

Jesus não tem compromisso com a religião. Por quê?


Quando uso o termo religião, estou pensando na religião das exterioridades, das aparências, da superficialidade, do autoengano, do discurso desprovido de vida, dos cerimoniais, regras e preceitos criados por homens, que ganham força de tradição.


1. Jesus não tem compromisso com a religião, porque a religião se relaciona com Deus, baseada no mérito.


O texto da conta de que critério de Jesus para chamar seus seguidores, é baseado na graça, diferente do critério dos religiosos, que tinham como base o mérito.

Com toda certeza os religiosos não teriam escolhido Mateus como um discípulo, porque ele era judeu que, além de estar à serviço de Roma, como coletor de impostos e ainda extorquia o povo. Por isso era considerado, um traidor do povo, e alguém com a reputação comprometida. Como o chamado de Jesus não se baseia no mérito, mas na graça, apesar do demérito de Mateus, Jesus o escolheu (v9). Jesus viu um homem com um espírito de pronta obediência. Mateus não argumentou, nem adiou sua decisão, apenas obedeceu. Jesus também viu uma pessoa disposta a abrir a mão de tudo, para segui-lo. Um homem que colocaria o chamado de Jesus acima de qualquer coisa, disposto a fazer renúncias em prol de uma causa maior. Todo nosso relacionamento com Deus se dá único e exclusivamente na perspectiva da graça, favor imerecido. Ninguém pode “fazer” para merecer alguma coisa de Deus. A salvação é pela graça, para que ninguém se glorie (Ef 2:8,9).


2. Quando Mateus percebeu que fora alcançado pela graça, ele concluiu que seus amigos também teriam chance com Jesus.


Por isso foi solidário, quando ao receber a dádiva Jesus, logo quis repartir com seus amigos, permitindo a presença de publicanos e pecadores em sua casa, mesmo correndo o risco de ser ainda mais discriminado pelos patrícios religiosos. Ele não só abriu o coração a Jesus, mas também a casa. Ao mesmo tempo em que celebrou sua salvação, abriu sua casa para que seus pares, colegas de profissão e pecadores conhecessem a Jesus. Assim transformou seu lar num grande instrumento de evangelização. O que fazemos, como abrir o coração e a casa para dividir Jesus com os amigos, é uma resposta à graça de Deus dispensada a nós (V29). Queridos, a casa é uma grande estratégia para se levar os amigos a Jesus. Primeiro você convida Jesus para sua casa, e depois os amigos, quando se senta à mesa e se abre a Palavra, seja num culto doméstico, num pequeno grupo, numa célula.


3. Jesus não tem compromisso com a religião, porque a religião é destituída de amor e misericórdia.


A atitude crítica dos religiosos, pelo fato de Jesus e seus discípulos comerem com publicanos e pecadores, sinalizou a discriminação que faziam com relação a esses publicanos e pecadores (V11).

Noutra ocasião em que Jesus foi criticado pelos escribas e fariseus por receber os publicanos e pecadores e comer com eles (Lc 15,1,2). Jesus contou-lhes a parábola do filho pródigo, para enquadrar esses escribas e fariseus, na figura do filho mais Velho. A exemplo do filho mais velho do pródigo dizemos: eis que te servimos a tantos anos, sem nunca transgredir um mandamento, e nunca fomos tratados como esse novo convertido. Observem como esse filho mais velho se acha muito digno. E aí vem o pródigo e diz: Pai pequei contra o céu e perante ti, já não sou digno de ser chamado seu filho. O que fica evidente nessa parábola é que o amor e a misericórdia de Deus, são maiores do que a transgressão dos filhos. Para ambos o Pai tem uma boa palavra. Com relação ao pródigo o Pai diz: esse meu filho estava morto e reviveu, tinha-se perdido e foi achado, vamos nos alegrar. Com relação ao mais velho ele diz: Filho, tu sempre está comigo, e todas as coisas são tuas, vamos nos alegrar pela restauração do seu irmão.


Queridos, quando é que nós ficamos parecidos com esses religiosos?


Quando perdemos de vista a graça de Deus, e achamos que o relacionamento com Deus tem sua com base na meritocracia, porque achamos que Deus soma débito e soma crédito. Os publicanos e pecadores estavam em débito, os religiosos estavam com crédito, por isso olhavam publicanos e pecadores de cima para baixo.

Quando não conseguimos processar o perdão de Deus liberado a determinados tipos de pecadores, porque achamos que eles não são merecedores desse perdão. Assim nos tornamos intolerantes com os outros, porque nos falta a compreensão da graça de Deus. Quando nos perdemos nas meticulosidades, no legalismo, que coa mosca e engole camelos, quando deveríamos estar com o coração cheio de amor e misericórdia.


4. Jesus não tem compromisso com a religião, porque a religião exclui pecadores, e Jesus atrai. Enquanto a religiosidade excluía publicanos e pecadores da comunhão, Jesus os atraia para si, apesar da sua santidade. (Mc 2:15). É interessante observar que publicanos e pecadores se sentiam à vontade na presença de Jesus, não havia ninguém constrangido ali (v10).

Ao entrar na casa de um publicano, e comer com publicanos e pecadores, Jesus estava aumentando seu universo relacional transcendendo o ambiente religioso. Queridos, é muito bom que assimilemos esse exemplo de Jesus, porque tem havido uma contradição em nosso comportamento, uma vez que fomos chamados a sermos luz do mundo e sal da terra, ao nos convertermos, vamos reduzindo nosso universo relacional, excluindo especialmente antigos amigos e conhecidos, por causa da nossa tendência de, por comodismo, egoísmo e conveniência nos relacionarmos somente com os iguais. Ou seja, só desenvolvemos amizade com crentes. Enfim, os pecadores não têm muita chance na nossa agenda. Por isso, temos tido tão pouco êxito no nosso testemunho pessoal.

Assim acabamos nos tornando luz debaixo do balde, ou luz da luz, quando deveríamos estar no velador, e ser luz do mundo. Nos tornamos sal no saleiro, ou sal do sal, quando deveríamos ser sal da terra.


5. Que mensagem Jesus deixou para os religiosos e deixa para nós nesta noite?

Primeira: Que seu compromisso não é com os sãos (justos), mas com os doentes (pecadores). V12. Na realidade, não que existam doentes e sãos. Jesus está usando o recurso da ironia, porque todos nós somos pecadores, A Bíblia diz que todos pecaram e destituídos foram da glória de Deus (Rm 3:23). A diferença é que uns reconhecem essa condição outros não. Na verdade, aqueles que se consideram “sãos e justos” estão em um estágio mais avançado da sua doença e iniquidade. Ou seja, o pior enfermo é aquele que não reconhece sua doença e não adere ao tratamento, e o maior pecador é aquele que não se vê como tal.

O que Jesus está dizendo é o seguinte: Eu vim para o pecador, que admite sua condição, por isso se arrepende, e não para religiosos que se auto enganam, e por isso ficam distantes do arrependimento. E Jesus não estava disposto a alimentar aquela religiosidade mórbida destituída de amor e por isso, cheia de preconceito e discriminação. Por conclui com essa declaração: 17eu não vim para chamar os justos, mas sim os pecadores, ao arrependimento. Mc 2


Segunda: Que seu compromisso não era com a religião do sacrifício, da meritocracia, das exterioridades, do ritual, mas com a misericórdia capaz de alcançar o pecador arrependido. 13Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício. Porque eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.


Conclusão.

Queridos, todo o nosso relacionamento com Deus se dá exclusivamente pela graça, favor imerecido. Por isso há chance para todo mundo como houve para Mateus, publicanos e pecadores, porque diferente da religião, Jesus não discrimina, não faz acepção de pessoas e não leva em conta sua condição espiritual, desde que a pessoa se reconheça como doente que necessita de médico, como pecador que necessita de perdão, de salvação.

Diferente da religião legalista, que faz sacrifícios destituídos de amor e misericórdia, Jesus apesar de santo, se aproxima de pecadores com o coração cheio de amor e misericórdia.

E que hoje, como Mateus você ofereça a ele: Uma pronta obediência como resposta ao seu chamado, uma disposição de fazer renúncias em prol de uma causa maior. E a sua casa como estratégia de evangelização, em nome de Jesus.

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