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Como João preparou o caminho do Messias?

João Batista foi anunciado por Isaías como aquele que prepararia o caminho para o Messias.

Assim foi que João conclamou as pessoas a se arrependerem, confessando os seus pecados, e demonstrando o fruto do arrependimento, e o batismo simbolizaria todo esse processo. Mas ele também exortou as pessoas a que dessem fruto de acordo com a nova natureza que de Deus receberam.

1. João preparou a chegada do Messias, ensinando que a salvação é pessoal, e cada um precisa decidir por si.


(V1,2,5) João é precursor de uma nova aliança, por isso inaugura um novo tempo na espiritualidade de Israel. Até aqui o arrependimento, a confissão de pecados era realizada em dias especiais por toda a nação. Agora João está propondo que o arrependimento e a confissão de pecados seguidos do batismo fossem pessoais. Tanto que, os judeus batizavam os gentios que abraçavam o judaísmo, mas João tratava os judeus como os gentios, por isso os batizava. Ou seja, João não estava considerando os supostos privilégios espirituais que a nação de Israel teria. A questão agora era pessoal, e cada um responderia por si (v9). Isso equivale dizer que o fato de você ser oriundo de uma família cristã, de uma tradição evangélica, de ter sido trazido à igreja por seus pais na sua infância, não garante que você tenha tido uma experiência real com Jesus. Porque não existe salvação familiar, a salvação é pessoal.

A confissão de pecados é pessoal, o arrependimento é pessoal. Esse é o tipo de decisão que ninguém pode fazer por você, ninguém pode confessar pecados por você, nem se arrepender por você. E quem estava descansando numa tradição nacional ou familiar, agora diante de João, da nova aliança, precisava decidir por si mesmo.

2. João preparou a chegada do Messias, ensinando que uma vez salvos, precisamos demonstrar frutos de arrependimento. (V8; Pv 28:13)


A lógica desenvolvida por João é a seguinte: Uma árvore de boa natureza precisa produzir bons frutos, se em Cristo nossa natureza foi transformada espera-se que se demonstre fruto de arrependimento, ou seja bons frutos. João está falando de mudança de vida. Esse princípio encontra seu paralelo em Pv 28:13 que diz: o que encobre a transgressão, nunca prosperará, mas quem confessa e deixa, alcança a misericórdia. Esse texto fala de um processo onde se admite a transgressão, se faz a confissão, que é seguida do fruto de arrependimento, quando se deixa de transgredir. Quando é que se encobre transgressão? Quando não se admite a culpa, fazendo a escolha por uma vida de mentira, hipocrisia e dissimulação. Esse processo vem acompanhado por um mecanismo de racionalização do pecado, e relativização da Palavra de Deus. Na confissão, se dá razão a Deus com relação ao pecado. Mas em seguida é preciso que haja fruto de arrependimento.

Quando o arrependimento não vem acompanhado de fruto, ele não passa de remorso, que não resolve o problema, como não resolveu para Judas. Porque no remorso, mesmo que a pessoa sinta tristeza pelo pecado e reconheça os prejuízos causados por ele, ela na verdade não está disposta a abandonar aquele pecado. Quem conclui esse processo, alcança a misericórdia de Deus. Você precisa deixar de encobrir a transgressão, de empurrar o pecado para debaixo do tapete; e em vez de ficar se justificando como forma de racionalizar seu pecado, você precisa concordar com Deus que está errado, e assumir o propósito de abandonar esse pecado que tenazmente te assedia.


3. João preparou a chegada do Messias, confrontando a religiosidade da aparência, das exterioridades, sem correspondência interna. (V7)


João não ficou honrado com a presença de fariseus e saduceus, porque percebeu que estavam ali com a motivação errada. Para ficarem politicamente corretos com o povo, se aproximaram do batismo de João, porque temiam serem julgados pelo povo, caso não aderissem ao batismo de João. Por isso, decidiram se tornar discípulos do batismo de João. João olha para aquilo e diz: isso é só uma utilização política. Um ardil dessa raça de víboras, que eram conhecidas pelo veneno que carregavam, pela capacidade de enganar suas presas, pela malícia demonstrada em sua caça. Enfim, a figura fala da hipocrisia, da mentira e do engano daquela espiritualidade falsificada. Com isso, João está querendo dizer que a chance para todo religioso, está na real conversão, e na produção de fruto digno de arrependimento.

Por isso, precisamos honestamente fazer um autoexame para saber o quanto da natureza de víbora há em nós, em forma de hipocrisia, dissimulação, religiosidade aparente, do cerimonialismo falso, da piedade de fachada.

4. João preparou a chegada do Messias, ensinando que a religiosidade mórbida e a fé cristã nominal, não resistirão o juízo de Deus no tempo do fim.


Essa é a mensagem de João: No tempo do fim, que já começou, aquilo que não é legítimo, que não tem alicerce, peso, consistência, conteúdo, será desmascarado e ficará sob o juízo de Deus (V10,12). Jesus vai peneirar o trigo para separá-lo da palha. O fogo do juízo estará esperando a palha para queimá-la, enquanto o celeiro estará preparado para receber o trigo. Ou seja, o que for autêntico será posto no lugar certo, na presença de Deus; o que for contrário à verdade será jogado fora, como lixo para ser queimado. Por isso, irmãos é muito temerário seguir no autoengano da religião sem consistência, sem peso, sem raiz.

Conclusão


Se você é um “amigo do evangelho” e pensa que o simples fato de fazer parte de uma igreja seguindo uma tradição familiar te garante salvação, o evangelho lembra você hoje, que a salvação é pessoal, e você precisa decidir por si. Ninguém vai poder tomar essa decisão por você.

E, se você já entregou sua vida a Jesus, já se arrependeu dos seus pecados, o que se espera de você é uma mudança de vida. Ninguém que receba Jesus como Senhor e Salvador, pode continuar vivendo do mesmo jeito. É necessário que demonstremos fruto de arrependimento, permitindo as transformações de Deus em nossa vida.

Precisamos vigiar para não cair no autoengano da religiosidade da aparência, da cultura evangélica, das exterioridades, sem correspondência interna.

Porque a religiosidade mórbida, a fé cristã nominal, como a figura da palha, e não do trigo, não resistirão ao juízo do tempo do fim.

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